O que é um Poço Sedimentar e como funciona a perfuração

Aqui em Marília, todos já ouviram falar dos poços de água que existem para o abastecimento. Muitos deles são poços rasos, com baixa produção de água. Ajudam, mas não resolvem! Por isso a RIC Ambiental, cumprindo seu compromisso contratual, está perfurando dois novos poços profundos, com grande capacidade de fornecimento de água. O sucesso da perfuração de um poço tubular profundo depende de vários fatores, incluindo as condições geológicas do solo. De forma geral, dois tipos de formações geológicas são comuns: a rochosa cristalina e a sedimentar, sendo que a perfuração de poços funciona de forma diferente em cada uma delas. Neste artigo trataremos de explanar sobre poço sedimentar, que no Estado de São Paulo é o tipo de poço é mais frequente. 

Aquíferos sedimentares 

O solo de formação sedimentar é composto por fragmentos, grãos e/ou pequenos pedaços de rochas depositados ao longo de bilhões de anos por rios, mares, lagos e geleiras. Os elementos que compõem o solo sedimentar podem ser muito finos (como argila ou silte), médio finos (como areia) ou grossos (como cascalho). Em todos os casos, graças a um alto índice de permeabilidade, a água pode ser armazenada entre essas camadas sedimentares. Uma vantagem da perfuração em camada sedimentar, assim, é que existem boas chances de se conseguir água. É esse o tipo de solo encontrado na região do sistema aquífero Guarani, por exemplo. Os aquíferos chamados de porosos ou sedimentares são aqueles que ocorrem nas bacias sedimentares e em várzeas onde se acumulam sedimentos arenosos. Neste tipo de aquífero, a porosidade é quase sempre bem distribuída, o que permite que a água seja armazenada e flua para qualquer direção. 

O Guarani é o maior e mais conhecido aquífero sedimentar do país, estendendo-se por centenas de quilômetros desde a região Centro-Oeste, passando pelo Sudeste até a região Sul. No Estado de São Paulo, suas águas abastecem cidades importantes como São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Marília e Araçatuba. 

Entendendo os componentes de um poço profundo 

O esquema típico de um poço tubular profundo é constituído por componentes que trabalham de forma integrada para garantir um abastecimento eficiente e sustentável de água bombeada: (i) Estrutura do Poço, que consiste em um cilindro vertical escavado profundamente no solo, alcançando a área do lençol freático. Para garantir estabilidade e evitar o colapso das paredes, é revestido com uma tubulação geralmente feita de materiais como concreto ou aço; (ii) Nível do Lençol Freático é o nível subterrâneo onde a água se acumula naturalmente. É importante determinar a profundidade exata do lençol freático para localizar a bomba de forma eficiente; (iii) Bomba Submersa é o equipamento instalado no interior do poço, diretamente no nível do lençol freático ou ligeiramente abaixo. Essa bomba é responsável por captar a água e impulsioná-la para cima através da tubulação; (iv) Tubulação Ascendente é o componente que conecta a bomba submersa ao ponto de saída do poço na superfície. É através dessa tubulação que a água bombeada chega ao reservatório ou ao sistema de distribuição; (v) Reservatório para onde, após ser bombeada, a água é armazenada em um tanque ou cisterna na superfície. O reservatório regula o fluxo e disponibiliza água para uso conforme a demanda; e a (vi) Fonte de Energia que garante o funcionamento da bomba com energia elétrica da rede pública ou outra forma de geração (solar, por exemplo) e é essencial para o transporte da água. 

Como funciona a perfuração de um poço sedimentar 

Geralmente, a perfuração em camadas sedimentes ocorre em um ritmo mais lento do que a perfuração em áreas com formações rochosas cristalinas. Isso porque é preciso ser cauteloso e evitar desmoronamentos. As paredes dos poços sedimentares não costumam ter estabilidade, ou seja, são mais frágeis e “desabam” ao longo do tempo. Durante a obra, o uso de lama aditivada pode ser necessário, para retirar fragmentos e tornar a obra mais segura. Ao final, geralmente é necessário instalar uma tubulação de revestimento em toda a extensão do poço, para torná-lo mais estável. Isso costuma tornar este tipo de poço frequentemente mais caro que poços perfurados em camadas rochosas cristalinas, já que o revestimento tem um custo. Além disso, o ideal é utilizar pré-filtros e filtros para garantir uma boa passagem de água, ao mesmo tempo em que retém fragmentos indesejados. O uso frequente de filtros é, inclusive, mais um dos desafios da construção de poços sedimentares: o perfurador precisa considerar o espaço adequado para as tubulações durante a obra. 

Por fim, é importante lembrar que o poço sedimentar é um poço tubular profundo, sujeito ao cumprimento de normas técnicas e regulamentos. Além do revestimento e da instalação dos filtros, a legislação brasileira prevê, entre outras coisas, o isolamento sanitário do poço, com vedação completa dos primeiros 20 ou 30 metros.  

Todos esses procedimentos servem para garantir a segurança, a qualidade e a durabilidade do poço sedimentar. Os dois novos poços profundos no Aquífero Guarani, em Marília (PG-08 Lácio e PG-09 Figueirinha) que a RIC Ambiental está perfurando estão seguindo rigorosamente todas as normas técnicas e exigências construtivas para que a cidade seja atendida com excelência. Juntos, por Marília, para Marília. 

Desenho Esquemático poço profundo RIC
Desenho Esquemático poço profundo RIC
Eng° Julio F. Neves

Eng° Julio F. Neves

Superintendente Comercial e de Comunicação

RIC Ambiental