Os mananciais subterrâneos são formações geológicas que armazenam e fornecem água por meio de lençóis freáticos e aquíferos. Esses reservatórios naturais são fundamentais para o abastecimento de água potável, a manutenção de ecossistemas e o desenvolvimento econômico. O Aquífero Guarani desempenha um papel vital no fornecimento de água para diversas regiões do país. É um dos maiores reservatórios de água doce do mundo: se estende pelos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. No estado de São Paulo, é um dos principais mananciais subterrâneos, especialmente para o abastecimento, irrigação agrícola e processos industriais. Esse sistema subterrâneo de água é uma fonte estratégica devido à sua grande capacidade de armazenamento e relativa proteção contra contaminação superficial.
A água subterrânea tende a ser mais protegida de poluentes em comparação com a água superficial, mas também precisa ser tratada pois pode conter contaminantes como metais pesados, nitratos, sulfatos, microrganismos patogênicos e compostos orgânicos. Para garantir a potabilidade, podem ser empregados diversos métodos de tratamento, como a Filtração, com filtros de areia e cascalho para remoção de sedimentos e partículas suspensas e filtros de carvão ativado para eliminar odores, sabores desagradáveis e compostos orgânicos. Também é comum tratar a água subterrânea através de Oxidação Química, com uso de cloro (hipoclorito de sódio, no caso de Marília), ozônio ou permanganato de potássio ajuda a eliminar microrganismos, ferro e manganês dissolvidos na água. Quando existem metais pesados e outras substâncias dissolvidas (como nitratos e sulfatos), o método da Precipitação Química e Coagulação, utiliza a adição de substâncias químicas que promovem a sedimentação dos contaminantes. A escolha do método de tratamento depende das características da água bruta e do uso final desejado.
Em Marília, são explorados três Aquíferos: Guarani, Bauru e Serra Geral. A reposição da água subterrânea é essencial para evitar a depleção dos mananciais. Entre as técnicas empregadas, destacamos as principais: (I) Preservação de áreas de recarga, que consiste na manutenção da vegetação nativa para a evitar erosão e a facilitar a infiltração da água no solo; (II) Bacias de infiltração e poços de recarga, são estruturas projetadas para permitir que a água pluvial penetre no solo e reabasteça os lençóis freáticos; (III) Permeabilidade urbana, que depende da redução do uso de superfícies impermeáveis, como asfalto e concreto, e adoção de jardins de chuva, áreas verdes e parques urbanos para aumentar a absorção de água pelo solo.
A captação da água subterrânea depende de sistemas de bombeamento, que representam um dos principais custos operacionais devido ao consumo de energia elétrica. Algumas estratégias para otimizar a eficiência incluem o Uso de Motores de Alta Eficiência que tenham menor consumo energético, utilização de Variadores de Frequência (VFD) para ajustar a velocidade das bombas de acordo com a demanda, reduzindo picos de consumo elétrico, e o Monitoramento Contínuo, que depende de sistemas automatizados que podem detectar perdas, vazamentos e desgastes, evitando desperdício de energia, e de água.
Os custos da energia elétrica variam conforme a profundidade do lençol freático, a eficiência do sistema de bombeamento e a tarifa elétrica local. A RIC Ambiental está desenvolvendo um planejamento de curto e médio prazo para a redução desses custos, como forma de garantir a viabilidade econômica da extração da água subterrânea, que é abundante em Marília.

Os mananciais subterrâneos, especialmente o Aquífero Guarani, desempenham um papel essencial no abastecimento hídrico mariliense. Nessa senda, dois novos poços entrarão em operação em 2025, e vão injetar mais de 500.000 litros de água por hora no Sistema de Abastecimento da cidade. Além disso, a concessionária está recuperando e reativando outros poços, com a substituição de bombas antigas por outras mais potentes e eficientes (caso do Poço Guarani-04 essa semana) e com o aprofundamento de outros, para ampliação da capacidade produtiva (caso do Poço Serra Geral-02, do Sistema Água do Norte). Juntos por Marília, para Marília, para garantir a água do futuro!


Eng° Julio F. Neves
Superintendente Comercial e de Comunicação
RIC Ambiental