Quando se fala em esgoto, muita gente ainda acredita que a responsabilidade termina ao girar a torneira ou dar a descarga. No entanto, o que desaparece pelo ralo da pia ou do vaso sanitário inicia um percurso longo e complexo, que depende de uma estrutura técnica bem cuidada e, sobretudo, do comportamento consciente de todos. Em Marília, esse caminho é responsabilidade da RIC Ambiental e, a colaboração de todos é essencial para que ele funcione plenamente.
Regularmente, toneladas de detritos sólidos são retiradas das redes de esgoto da cidade. Materiais que nunca deveriam estar ali — como fraldas, absorventes, cotonetes, lenços umedecidos, óleos e até restos de alimentos — são lançados em pias, ralos ou vasos sanitários como se o encanamento fosse uma extensão da lixeira. Mas não é. E esse hábito tem consequências graves: esses resíduos obstruem tubulações, sobrecarregam bombas e danificam equipamentos essenciais para o tratamento adequado do esgoto. O resultado pode ser alarmante: retorno de dejetos para dentro das casas, mau cheiro nas ruas e extravasamentos em vias públicas.
Os impactos do mau uso da rede de esgoto não se limitam à casa de quem descarta de forma errada. Quando o sistema é comprometido, há risco de que o esgoto avance sem tratamento até córregos e rios, ampliando os riscos sanitários. Doenças como hepatite A, leptospirose, verminoses e diarréias infecciosas são mais frequentes em regiões onde o esgotamento enfrenta sobrecargas ou uso inadequado. Ou seja, um problema que começa dentro de casa pode, em pouco tempo, se espalhar por toda a cidade.
Esse descarte incorreto também compromete a capacidade de resposta da RIC Ambiental. Profissionais que deveriam estar concentrados em manutenções preventivas e obras de melhoria na rede muitas vezes precisam ser deslocados para resolver emergências causadas por entupimentos. Com a colaboração da população, é possível reduzir esse tipo de ocorrência e direcionar mais esforços para ações que ampliem a eficiência e a cobertura dos serviços.
Diante de tudo isso, é importante lembrar: saneamento não é só uma questão de infraestrutura. É uma escolha coletiva. Começa nas pequenas atitudes — como o descarte correto do lixo — e se reflete em saúde pública, qualidade de vida e sustentabilidade. A água que é usada hoje e o esgoto que é descartado agora fazem parte de um sistema que atende a todos e cada gesto individual tem impacto no coletivo.
A RIC Ambiental tem investido continuamente em estrutura, tecnologia e equipes capacitadas para oferecer à população de Marília um serviço de saneamento digno, eficiente e sustentável. Mas nenhuma estrutura, por mais moderna que seja, funciona bem sem o apoio consciente de quem a utiliza.
Cuidar da água e do esgoto é cuidar da cidade. É respeitar o próximo. É proteger o futuro. E esse compromisso começa por cada um de nós.
