O saneamento básico é um dos pilares fundamentais para a saúde pública e a preservação ambiental. No Brasil, o sistema separador absoluto é amplamente adotado para a gestão de efluentes, garantindo que esgoto doméstico e águas pluviais sejam conduzidos por tubulações distintas. Esse modelo visa evitar sobrecargas nas redes de tratamento e minimizar impactos ambientais negativos. Neste artigo abordaremos seu funcionamento, suas vantagens e desafios, além de discutir sua aplicação no contexto brasileiro.
O que é o Sistema Separador Absoluto? Como Funciona?
O sistema separador absoluto é um modelo que funciona por meio de infraestruturas específicas com duas redes de tubulação independentes:
- Rede de Esgotamento Sanitário que é, basicamente, constituída pela (I) Rede Coletora, composta por tubulações de esgoto conectadas às residências e estabelecimentos comerciais, que conduzem os efluentes domésticos e industriais para estações de tratamento; e pelas (II) Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), que são as unidades que processam os efluentes sanitários, removendo poluentes antes da disposição final, de volta aos rios e cursos d’água.
- Rede de Drenagem Pluvial que encaminha águas da chuva diretamente para corpos hídricos naturais, como rios e lagos. As águas da chuva são captadas por bocas de lobo, bueiros e galerias pluviais, sendo direcionadas para rios e outros cursos d’água sem passar por tratamento.
Esse sistema contrasta com o sistema combinado, onde esgoto e águas pluviais compartilham a mesma tubulação, o que pode gerar problemas como sobrecarga em períodos de chuvas intensas.
Vantagens do Sistema Separador Absoluto
A adoção desse sistema traz diversos benefícios, como: (I) eficiência no tratamento de esgoto, já que as águas pluviais não se misturam ao esgoto, as estações de tratamento operam de forma mais eficaz; (II) redução de enchentes urbanas, pois a separação das redes evita sobrecargas e transbordamentos em períodos chuvosos; (III) menor impacto ambiental, uma vez que o sistema impede que esgoto não tratado seja despejado diretamente em rios e lagos; e (IV) facilidade de manutenção, pois com a separação das redes as intervenções para manutenção se tornam mais direcionadas e eficientes.
Desafios e Limitações
Apesar das vantagens, o sistema separador absoluto enfrenta alguns desafios: (I) infraestrutura complexa e custo elevado, uma vez que a instalação de redes separadas demanda investimentos significativos; (II) manutenção constante, pois há necessidade de manutenção regular para adequado funcionamento de duas redes distintas, com custos operacionais consideráveis; e (III) risco de infiltração, retorno de esgoto, pois em algumas localidades, com instalações irregulares, águas pluviais podem acabar entrando na rede de esgoto, comprometendo a eficiência do sistema.
Aplicação no Brasil
O Brasil adota amplamente o sistema separador absoluto, especialmente em grandes centros urbanos para garantir um saneamento eficiente e sustentável. A legislação nacional, como a Lei nº 11.445/2007, estabelece diretrizes para o saneamento básico, incentivando a separação das redes de esgoto e drenagem pluvial. Sua implementação adequada contribui para a preservação ambiental, a saúde pública e a redução de problemas urbanos como enchentes e poluição hídrica.
Investimentos contínuos em infraestrutura e políticas públicas são fundamentais para aprimorar esse modelo e garantir seus benefícios. Entretanto, algumas cidades ainda enfrentam desafios na implementação completa desse sistema, devido às limitações financeiras e estruturais, bem como instalações domiciliares inadequadas.
Em Marília, a RIC Ambiental tem procurado identificar os problemas e irregularidades, para orientar todos os usuários, com o compromisso de manter a rede de esgotamento sanitário funcional e eficiente, promovendo o saneamento básico integrado e estruturado de forma sustentável. Juntos, por Marília e para Marília.

Eng° Julio F. Neves
Superintendente Comercial e de Comunicação
RIC Ambiental