Em pleno século XXI, o Brasil ainda convive com um paradoxo inaceitável: tratamos bilhões de litros de água todos os dias, mas uma parte significativa desse volume se perde antes mesmo de chegar ao consumidor. Vazamentos invisíveis, redes antigas, hidrômetros imprecisos e irregularidades comerciais formam um conjunto de falhas que drena recursos econômicos, fragiliza o serviço de abastecimento e compromete metas de universalização.
Do ponto de vista econômico, o impacto é óbvio. A água perdida desperdiça energia, produtos químicos, mão-de-obra, materiais e tempo. Talvez este o ativo mais precioso. Perdas de água também limitam expansão e modernização do sistema de abastecimento. Em um setor onde a demanda cresce e a oferta enfrenta limites ambientais, reduzir perdas é tão importante quanto construir novas adutoras.
Mas o problema não é só técnico. Também é de gestão. Durante décadas, obras subterrâneas foram preteridas por projetos mais visíveis — aqueles que rendem fotografias, placas e inaugurações. Programas de redução de perdas exigem persistência, continuidade e decisões estratégicas, que atravessam mandatos. Sem metas rigorosas, as ações se dispersam e o problema permanece.
E há o lado social, frequentemente ignorado. As populações mais vulneráveis costumam ser as primeiras a sentir os efeitos da ineficiência: abastecimento intermitente, rompimentos, manutenções emergenciais e pressão irregular. Em bairros com ocupação irregular, as perdas comerciais se somam às físicas, reforçando um ciclo de precariedade.
Perda de água é um problema silencioso, escondido sob o asfalto, longe dos holofotes. Por isso vem sobrevivendo há tanto tempo. Mas chegou da hora de tratarmos essa questão pelo que realmente é: um dos principais entraves para a eficiência do serviço de abastecimento de água.
A boa notícia é que onde há vontade — e estratégia — há resultados. A RIC Ambiental está comprometida a atuar de forma consistente na setorização, controle de pressão, troca de hidrômetros e fiscalização, dimensões fundamentais para reduzir drasticamente os índices de perdas e melhorar a confiabilidade do sistema em Marília. Assim, haverá fortalecimento econômico com avanços reais na prestação do serviço; e, sobretudo, o consumidor, passará a contar com abastecimento mais seguro. E a população pode ajudar nessa fiscalização, e muito! Basta comunicar a concessionária, pelo telefone/WhatsApp (14) 3434-0220, sempre e quando se deparar com vazamentos. Dessa forma temos a chance de transformar o serviço de saneamento de Marília mais eficiente, mais sustentável e mais justo.
Juntos, por Marília, para Marília!
Eng° Julio F. Neves
Superintendente Comercial e de Comunicação
RIC Ambiental – Água e Esgoto de Marília S.A.
